Projeto que inclui a qualidade no ensino como critério para distribuição do ICMS entre os municípios deve ser votado nesta terça-feira
A proposta que inclui a qualidade no ensino como critério para distribuição do ICMS entre os municípios pode ir a votação no Plenário gaúcho, nesta terça-feira (23/11). Proposto inicialmente pelo deputado Fábio Ostermann no início de fevereiro, o projeto agora conta com nova redação do Poder Executivo, que tramita em regime de urgência.
De acordo com Ostermann, a proposta do governo estadual incorpora a iniciativa do parlamentar, uma vez que os projetos compartilham do mesmo espírito para reverter o cenário de baixos indicadores educacionais e atualizar a legislação gaúcha quanto às normas exigidas a nível federal.
“Está claro que os indicadores educacionais do Rio Grande do Sul apresentam graves problemas e necessitam de uma reformulação estrutural em busca de reverter este cenário. Com a aprovação dessa medida, iremos fazer uma revisão do modelo atual, prestigiar os bons resultados alcançados e atualizar a legislação gaúcha a nível federal”, menciona Fábio Ostermann.
Ostermann ressalta que, nos últimos anos, o Ceará tornou-se referência na adoção de critérios educacionais para a divisão de ICMS. O estado nordestino já possui esse mecanismo desde 2009 e, desde que a lei entrou em vigor, o ensino fundamental da rede pública cearense aumentou em quase 50% a sua média no Ideb.
Há mais de uma década, o Ceará registra médias de desempenho que superam as metas estabelecidas, subindo sete posições no ranking comparativo do ensino fundamental entre os estados. Por outro lado, em 2020, o desempenho do RS foi pior do que a média brasileira em mais da metade dos índices da Educação Básica.
Critérios da proposta
Pela proposta apresentada, o primeiro ano de transição será efetivado com a redução imediata de 10% no critério do Valor Adicional Fiscal (VAF) – de 75% para 65% no primeiro ano) – com a adição escalonada de participação da educação a partir da redistribuição dos demais critérios existentes no IPM, até chegar à redistribuição dos últimos 7%, totalizando os 17% do projeto de lei.
Serão incluídos, ainda, dois novos índices, o Índice Municipal de Ensino do Rio Grande do Sul (Imers) e a Participação no Rateio da Cota-parte da Educação (PRE). Segundo o governo do Estado, a proposta é de que os novos índices sejam aplicados de forma efetiva sobre os critérios de repartição do ICMS a partir de 2024, com uma transição escalonada até 2028.
Texto: Mélani Ruppenthal. Foto: Talles Kunzler.
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